Oração na aflição* (Rumo ao Céu)
Mãe, acolhe-nos solícita
sob o teu manto,
para que o nosso caminhar
seja sempre no céu;
protege-nos da fome, das epidemias e do fogo**
a nós, que recorremos a ti, em grande necessidade.
Diz ao teu Filho
como outrora na terra
quando Ele ajudava nas aflições e dificuldades:
«Senhor, não tem vinho nem alimento»
e Ele, com certeza,
atenderá a nossa súplica.
Ele escolheu-te
como segunda Eva,
para salvar o que a primeira perdeu;
se por ela fomos arrastados à ruína,
de ti nos brota
a fonte da eterna salvação.
Segundo os planos
de amor e sabedoria do Pai
a terra será sempre um vale de lágrimas
até que a ilumine
o sol da transfiguração
e ela reflicta a feliz glória do céu.
Em ligação com o teu Filho, foi-te concedido
que possas devolver-nos
a vida da graça antes perdida:
que afastes de nós muitas das dificuldades terrenas,
as alivies e as transformes
em caminhos da nossa salvação.
Abre amplamente hoje
o teu coração de Mãe;
e como Colaboradora do Senhor
manifesta em plenitude
o teu poder e a tua bondade,
onde irrompem, fortes, os poderes infernais.
Como o teu Filho durante a sua vida terrena
saciava a fome, consolava
e curava os doentes,
passa com Ele entre nós, abençoando em silêncio,
para nos dar o imenso poder
das tuas mãos de Mãe.
Manifesta-te a todo o mundo como o Grande Sinal,
ante o qual se afastam
a astúcia do demónio e a miséria terrena;
em ti, os povos encontrem refúgio e salvação
e te proclamem alegremente
Medianeira da Redenção.
A nossa aflição
tornou-se tão extrema,
que sem o teu socorro pereceremos;
só Tu podes preservar-nos de sucumbir,
vem e vê como nos reunimos,
suplicantes, em torno de ti.
Com o teu Filho, sê a nossa libertação
da fúria do inferno
e da tormenta do tempo;
com gratidão, de todos os modos,
te louvaremos eternamente
como a excelsa Mãe dos povos.
Anunciaremos o teu nome com audácia
e conduziremos as pessoas ao teu Santuário,
para que jubilosos
e cheio de amor,
glorifiquem contigo a Santíssima Trindade
na terra e no céu.
Ámen
* Em fins de Dezembro de 1944, o Fundador de Schoenstatt escreve
um regulamento para as refeições da comunidade dos padres schoenstattea-
nos em Dachau. Nesse regulamento diz que, para pôr a mesa em comum
na dependência de Deus, se deveria rezar diariamente esta oração, que foi
escrita a 7 de Dezembro de 1944, na véspera da festa da Imaculada. O pano
de fundo é a situação de fome dessa época e o desejo de criar uma comuni-
dade nobre e sobrenatural nas horas das refeições. Também preocupa o
P. Kentenich distribuir bem os pacotes de alimentos que a Família de
Schoenstatt lhe enviara para aliviar a situação de fome dos prisioneiros.
** Protege-nos das bombas e granadas e do fogo. Mais tarde: Protege-nos de
epidemias, de bombas e do fogo.